sexta-feira, 30 de maio de 2008

Poluição, um fato banalizado - Santana em Foco

Poluição, um fato banalizado
Em meio a tanta poluição sonora e atmosférica, as pessoas encaram como rotineiros estes eventos.
A Avenida Paulista, além de ser um dos principais cartões postais de São Paulo é também um dos locais mais poluídos. Os níveis de poluição são altíssimos. A qualidade do ar está quase sempre com indicativos de regular a impróprio segundo dados da CETESB. O que representa grandes riscos à saúde de quem convive neste local.
O trânsito caótico contribui muito para estes fatores negativos, pois os veículos que ali transitam liberam diversos tipos de poluentes, como óxidos de nitrogênio, dióxido de enxofre, hidrocarbonetos, monóxido de carbono e muitos outros. Eles são cancerígenos e causam também inflamações que acometem os tecidos, provocando ardência nos olhos, garganta, nariz, traquéia, irritação da pele, mucosa, dores de cabeça, e doenças pulmonares.
Outro fator extremamente prejudicial à saúde é a poluição sonora. Em avenidas como a Paulista o ruído pode chegar até 85decibéis. O máximo permito por lei é de 70dB; já à noite esse índice cai para 45dB. A exposição prolongada em ambientes deste tipo pode ocasionar fadiga, tensão nervosa, dificuldades de concentração, aprendizagem, prejudicar o sono, sem contar os riscos de hipertensão arterial, enfarte e surdez.
O que chama mais a atenção é a indiferença da população quanto aos problemas decorrentes destes tipos de poluição. Viraram rotina de acordo com depoimentos de pessoas que trabalham ou transitam com freqüência pela avenida.
Ari José Carlos da Silva, trabalha como segurança do Conjunto Nacional há dois anos.Seu posto é na entrada principal do prédio em frente à avenida. Fica uma boa parte de seu período trabalho nessa área, exposto a poluição sonora e atmosférica, costumeiramente chega em casa com muito cansaço e dores na cabeça e pelo corpo. Questionado se estes sintomas poderiam ser por causa do barulho e do ar seco e poluído, ele diz que não; “estou mais do que acostumado com esta rotina, o meu turno passa e nem percebo essas coisas”, avalia.
Augusto Romeiro dos Santos, policial militar, cumpre a mesma rotina de trabalho e não se sente nem um pouco incomodado com o barulho e a poluição. “O que de fato me perturba são os estampidos de meu revolver em confrontos policiais com marginais, fico com o barulho em minha cabeça por um bom tempo”.
Muitas pessoas não percebem que a poluição é a principal causadora de problemas respiratórios, alergias e desconfortos físicos e psíquicos, podendo gerar danos irreparáveis à saúde. Se a população não se manifestar contra o avanço da poluição e cobrar de nossos governantes medidas que possam reverter este quadro, as próximas gerações estarão condenadas a viver em um ambiente totalmente inóspito.

Carlos Miguel

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